27.2.08

MY FAVORITE POEM REVISITED

.


Eu estava pensando em outra postagem, mas a vida mais uma vez me enche de surpresas e felicidades. Enquanto ia para as baixadas da Barra Funda um telefonema e uma coincidência.....
recebi um poema.... uma resposta ao meu FAVORITE POEM... a melhor resposta: outro poema.
Um beijo para a garota Flavia Couto que me respondeu com tanta ternura.






somewhere i have never travelled

somewhere i have never travelled, gladly beyond
any experience,your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near
your slightest look easily will unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully,mysteriously)her first rose
or if your wish be to close me,i and
my life will shut very beautifully,suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;
nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility:whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing
(i do not know what it is about you that closes
and opens;only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody,not even the rain,has such small hands

ee cummings


Tradução: Augusto de Campos

N'algum lugar em que eu nunca estive,
alegremente além de qualquer experiência,
teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar
porque estão demasiado perto.
Teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos,
n'algum lugar...
Me abres sempre pétala por pétala
como a Primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente)
a sua primeira rosa!
Ou se quiseres me ver fechado,
eu e minha vida nos fecharemos belamente,
de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte.
Nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade
cuja textura compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira.
(Não sei dizer o que há em ti que fecha e abre.
Só uma parte de mim compreende
que a voz dos teus olhos é mais profunda
que todas as rosas)
Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas...

Nenhum comentário: